É muito fácil julgar, criticar e tirar conclusões das pessoas até o momento em que passamos pela mesma situação. Muitas vezes usamos a palavra NUNCA e logo ela nos prega uma peça. Passamos exatamente pelo que não queríamos.
A vida dá muitas voltas, às vezes parece um brinquedo num parque de diversões, mas aquele que está controlando é que vence no fim. Não é fácil. Mas para quem está de fora apenas observando é a coisa mais fácil do mundo de se resolver. Podemos fazer coisas para não cair, mas na maioria das vezes não podemos prever. Quando tomamos consciência, se a tomamos, já fomos tomados por essa doença. Sim, doença. Ela suga cada gota de força, de vontade, de ânimo e até de alegria. Suga também as lágrimas porque chega uma hora que nem isso se consegue fazer mais.
O grito de socorro se torna silencioso e algumas vezes só é audível quando é tarde de mais. A escolha mais difícil e dura é feita. Alguns acham que é covarde, outros que é coragem, mas desistir de tudo se torna o fim do sofrimento nesse labirinto que nem sempre se acha uma saída. A situação piora quando a pessoa se sente hipotente e principalmente a única coisa que nos resta de esperança, o amor que sentimos, já não é mais suficiente para nada.
As vezes amar a si mesmo não é fácil como deveria ser. As pessoas acabam transferindo tudo que fica guardado para outra pessoa. Amar incondicionalmente não é suficiente. E sabe o que é o pior? O valor que não é dado pra isso. O seu sentimento se torna um brinquedo na mão de quem menos você espera. Não saber como, nem pra quem pedir ajuda se torna um grande problema. Quando a doença toma conta de você, é o que pode te curar. Nunca diga nunca, um ditado verdadeiro. A vida nos surpreende a cada momento, da lições o tempo todo. Não somos ignorantes por não aprender. Ás vezes a resposta não vem na hora.
O que é força? Não chorar é ser forte? Não mostrar o que sente de verdade? Assumir o que se quer, mesmo que implique em consequências sem retorno? Em perdas importantes? A fraqueza é sempre vai caminhar ao lado da força, assim como o amor do ódio, a alegria da tristeza, pois um sentimento não existe sem o outro. Mas como achar o equilíbrio?
Nossa mente pode ser nossa derrota, mas também nossa vitória. Não existe um manual, estamos a mercê de um ninho de gato que é a vida. Escolhas difíceis e que afetam a muitos além de nós mesmos. E o que é melhor? Quem é mais forte? Por que sentir um medo que não existia? Por que não conseguir fazer as mesmas coisas de antes? Por que não agir de acordo com as próprias vontades? Que força é essa que impede?
Há momentos em que planejamos durante a noite tudo que queremos mudar, fazer diferente, mas na manhã seguinte nada se consegue fazer. Nos agarramos em migalhas, nos humilhamos pelo mínimo de carinho. Por que tanto medo da solidão se já estamos sozinhos? Não dá pra colocar tudo pra fora, nem expressar com palavras ou ações. Nada e tudo é suficiente. Qualquer grão de poeira é ativador da bomba que nos transformamos. Ás vezes parece que estamos enlouquecendo e o medo toma conta. Se torna desesperador. Afastamos todos, inclusive aqueles que em algum momento já nos amaram. As outras pessoas não são responsáveis nem se interessam pelo problema das outras. É sempre mais fácil julgar e criticar e deixar que o outro se vire.
Os outros não pensam que tudo que aquela pessoa talvez precise seja alguém para ouvi-la sem julgamentos. Alguém que possa confiar e que não vá sair contando suas confidências. Então se você conhece alguém com essa doença, pense bastante antes de critica-la, ela pode tá precisando apenas de um pouco de carinho e conversar. Nossa sociedade hoje tá muito egoísta, cada um pensa somente em si até mesmo dentro das famílias. No fim o que vai restar não é nada material, só vamos levar o que conquistamos entra as pessoas, as almas.
Sem comentários:
Enviar um comentário